O antigo, o novo e o antiqüíssimo

Mauricio Tagliari, Terra Magazine

“No mundo do vinho, há tradições novas, tradições antigas e tradições antiquíssimas. Curiosamente, algumas vezes, as antiquíssimas e as novas se encontram. É o caso, por exemplo, do DOC (Denominazione di Origine Controlata) de Morellino di Scansano.

Situadas na região de Maremma, ao sul da Toscana, beirando a costa, as colinas em torno do vilarejo de Scansano têm produzido vinho por mais de mil anos. Mas seu terroir foi eclipsado na época moderna pelos seus vizinhos Chianti, Brunelo de Montalcino e Vino Nobile di Montepulciano.

Em parte devido à desorganização da política vitivinícola italiana reinante até poucos anos atrás, seu reconhecimento como DOC é muito recente, data de 1978. Tradicionalmente a variedade de Sangiovese, dominante na Toscana, é chamada lá de Morellino (moreninho; dizem que provavelmente devido à cor de uma raça de cavalos criada na região, mas eu não garanto...). Daí que os vinhos são os Morellino di Scansano. Em sua produção, é permitido, além de Morellino (ou Sangiovese, como queiram), o uso de 15% de outras uvas.

São vinhos leves, de taninos agradáveis, que evidenciam características da sangiovese cultivada numa região um pouco mais quente do que nas famosas citadas acima. Trazem muita fruta e o teor alcoólico um pouco mais alto, mas de acidez agradável, que não permite o surgimento de um sabor pesado. Não precisam passar por madeira e devem ser bebidos jovens. São excelentes para acompanhar massas leves e carnes vermelha ou branca, grelhadas.

Já a versão reserva tem por obrigação passar ao menos um ano em barrica e só pode ser vendida dois anos após a colheita. É um vinho mais estruturado, com taninos bem redondos.”
Foto: Reprodução
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