“Restaurantes investem na criação de cartas de cerveja e preparam jantares harmonizados para promover a bebida
Marcela Besson, IG
Cerveja é bom para matar a sede? Sim, diria o paladar brasileiro. Mas os especialistas advertem: a bebida possui muito mais atributos do que reza nossa filosofia de boteco. Nos Estados Unidos e na Europa, a tríade água-cevada-lúpulo é tradicionalmente compreendida como um produto gourmet. A origem dos grãos, a escolha da água, o tempo e o tipo de fermentação são alguns dos elementos que determinam aparência, aromas e sabores das diferentes categorias de cerveja.
“É justamente essa riqueza de estilos que proporciona uma apreciação mais gastronômica da bebida”, diz o expert Eduardo Passarelli, proprietário do Melograno, bar em São Paulo especializado em cervejas. Ele explica que, para além dos petiscos de bar, os brasileiros estão começando a descobrir que é possível, sim, harmonizar uma refeição convencional com cervejas especiais.
“Desde a abertura do mercado nacional, no início da década de 1990, estamos aprendendo a provar e harmonizar bons vinhos, azeites, chocolates, cafés. Com a cerveja não seria diferente”, afirma.
Muitos estabelecimentos estão de olho nesse filão. Os bares, naturalmente, saíram na frente e já há algum tempo oferecem aos clientes a carta de cervejas. Na mesma linha dos vinhos, o que se quer com esse tipo de serviço é disponibilizar de maneira organizada e criteriosa uma seleção de rótulos, com origens e tipos variados da bebida. “Uma carta de cervejas não está ligada, necessariamente, à quantidade de exemplares. Ela precisa estar em sintonia com a proposta do lugar e com as comidas disponíveis no menu”, explica Passarelli.
Por isso, para compor uma carta de cervejas é importante a participação de um profissional especializado que, assim como o sommelier, saiba fazer escolhas adequadas ao perfil da casa, seja capaz de recomendar as melhores combinações com os pratos servidos, além de dominar o jeito correto de servir, nas condições e temperaturas apropriadas. “É um mundo ideal, claro. Mas se com os vinhos isso já é possível, tudo faz crer que a cerveja também chega lá”, diz Passarelli.”
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