Os espertos cães de Moscou



“Vira-latas da cidade se adaptaram às mudanças da capital adotando um itinerário que inclui viagem de metrô ao centro para a busca de comida e retorno à periferia para dormir


Circula na internet com fotos ilustrativas um curioso estudo desenvolvido por Andrei Poiarkov, identificado como um pesquisador do Instituto de Ecologia e Evolução de Moscou. Ele relata o percurso de cães vira-latas na cidade ao longo do tempo e identifica trajetos que se repetem diariamente, como se os animais tivessem sido adestrados para tal. O que não é o caso. Poiarkov diz que o grupo de cachorros observado embarcava pela manhã nos metrôs do subúrbio e direção ao centro da cidade. Motivo: aprenderam que lá encontram comida com mais facilidade. A maior parte do grupo retorna às estações quando anoitece, e migra de volta ao lugar de onde veio.

Os vagões dos extremos do trem são sempre os escolhidos, supostamente por serem mais vazios. Em uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores para o curioso fenômeno, os cães repetiriam um comportamento aprendido com a queda da União Soviética, quando os complexos industriais mudaram-se do centro das capitais para a periferia. Como os cães de rua usavam os complexos industriais como abrigo, foram condicionados a migrar para o subúrbio. A comida, no entanto, era farta na cidade e, movidos pela busca de alimento, adotaram este padrão.

Os cães vadios de Moscou não são os primeiros a usar os transportes públicos. Em 2006, em Londres, um Jack Russell Terrier, no bairro de Dunnington, começou a usar o ônibus para ir ao pub local atrás de salsichas. E há dois anos atrás passageiros da estação de Wolverhampton viram abismados um gato, chamado Macavity (como o do poema de Elliot),  pegar o ônibus  e descer na porta de um determinado pub em busca de "fish and chips" (peixe com batatas).”

Nenhum comentário: