Galápagos, laboratório do Gênesis



Foi nas ilhas Galápagos, no Equador, que Charles Darwin encontrou a chave para sustentar a sua teoria da evolução das espécies. Hoje, este frágil ecossistema classificado Patrimônio da Humanidade pela Unesco é dos destinos turísticos mais cobiçados

Brasil 247

Como é comum acontecer no arquipélago, estivéramos acompanhados por vários leões marinhos desde o momento em que caímos n’água. Um deles se perfilou a meu lado e parecia estar ali para fazer escolta. Fabrício Prado Manzo, nosso guia, que é também um naturalista como quase todos os demais guias de Galápagos, tinha explicado repetidas vezes: “Esses mamíferos costumam se aproximar para ver de perto os mergulhadores. Às vezes tocam com o focinho no corpo e nas nadadeiras do mergulhador. Mas tudo não passa de pura curiosidade. Basta não agitar os braços nem entrar em parafuso. Existe sempre a possibilidade de que eles interpretem isso como sinal de agressividade, e decidam revidar. Mas há décadas não temos notícias de acidentes com os leões marinhos”.

Para quem, como eu, adora um mergulho, a experiência era simplesmente paradisíaca. Todo o arquipélago das Galápagos é parque nacional marinho, e nele qualquer pesca é proibida. Como resultado temos ali uma fauna submarina muito farta e variada e que não demonstra nenhum receio da presença humana. Haja tartarugas marinhas, arraias gigantes e cardumes e mais cardumes de peixes coloridos!

De repente, como torpedos velozes, os leões marinhos que nos acompanhavam partiram em nado desabalado. “Enjoaram de nós”, pensei. Mas não... A causa era bem outra. Olhei à frente, e lá estava Maria Ollé, a uns dez metros de distância, boiando na superfície. Logo abaixo dela, uma grande sombra cinzenta passava e vinha na minha direção, tomando contornos a cada instante mais bem definidos. Senti meu coração parar: era um deles, sem dúvida; um dos enormes tubarões que povoam aquelas águas. O monstro passou por mim, um ou dois metros abaixo, inclinando um pouco o corpo para poder me examinar. Nunca mais vou esquecer aquele olho das profundezas, lançado em minha direção, brilhando de curiosidade.”
Abobadário Completo, ::Aqui::

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