Da BBC Brasil
Trata-se do pika-de-lli, um lagomorfo que só é encontrado na China. Com menos de mil exemplares, o pika-de-lli é mais raro que o urso panda.
O animal, do gênero dos octonídeos e "primo" de coelhos e lebres, só foi visto pela primeira vez em 1983. O autor da façanha foi o ambientalista Li Weidong, que dedicou os últimos 30 anos de sua vida à missão de documentar e proteger o roedor.
Menos de mil
"Escondi-me atrás de um rocha e, de repente, vi duas orelhas de coelho surgindo em meio às pedras. O pequeno animal me olhava fixamente. Achei que era a criatura mais bonita e bizarra que tinha visto".
Há muitos tipos de pikas, cuja grande diferença para os coelhos é ter orelhas arredondadas. Mas a espécie observada por Weidong tinha três listras marrons distintas em seu pescoço.
Depois de três anos de estudos, Weidong e sua equipe batizaram o animal de pika-de-lli, em homenagem à região de Ili, no extremo noroeste da China, onde o lagomorfo foi avistado pela primeira vez.
O Ochotona iliensis vive em buracos, em alturas que variam de 2.800 a 4 mil metros. Vive em condições de frio extremo e se alimenta da ervas que crescem nas montanhas de Tian Shan.
Após a descoberta, decidiram tomar providências para proteger os pikas, mas não quiseram fazer muito alarde para evitar atrair atenção indesejada para os animais.
Só que agora o lagomorfo tem uma nova ameaça além de seus predadores naturais, aves de rapina e raposas: a ação humana.
Pastos
Nos últimos anos, as áreas de pastagem dos pika foram reduzidas em 71% por fatores como mudanças climáticas e a destruição do meio ambiente.
"Os pikas-de-lli agora estão isolados no alto da montanha porque seu habitat está fragmentado", explica Weidong.
E um sinal claro, segundo o conservacionista, é que faz 24 anos que ele não vê um único animal na região.
Os pikas-de-lli ganharam notoriedade depois de aparecerem na renomada revista National Geographic. E se tornaram uma sensação na internet, o que preocupa Weidong.
"Muita gente me escreve para dizer que quer ajudar a proteger os pikas. Só que mais atenção também significa mais perigo para eles", pondera."
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