Com início nesta sexta-feira, o evento está sua sexta edição por aqui. Os organizadores preveem um crescimento de 12% neste ano nas vendas – um faturamento de R$ 978 milhões.
Nos EUA, o evento acontece tradicionalmente depois do feriado de Ação de Graças, com filas a perder de vista. Todos os consumidores têm um único objetivo: garimpar produtos com descontos que podem chegar a até 90% do preço original.
Mas quando surgiu a Black Friday? Por que o evento ganhou esse nome? Confira dez curiosidades envolvendo um dos dias mais famosos do varejo.
1. O termo Black Friday se referia a crises na Bolsa
Embora esteja hoje associado ao maior dia de compras dos Estados Unidos, o termo Black Friday (literalmente "Sexta-Feira Negra" em inglês) se referia originalmente a eventos muito diferentes."O adjetivo negro foi usado durante muitos séculos para retratar diversos tipos de calamidades", afirma o linguista Benjamin Zimmer, editor-executivo do site Vocabulary.com.
Nos EUA, a primeira vez que o termo foi usado foi no dia 24 de setembro de 1869, quando dois especuladores, Jay Gould e James Fisk, tentaram tomar o mercado do ouro na Bolsa de Nova York.
Quando o governo foi obrigado a intervir para corrigir a distorção, elevando a oferta da matéria-prima ao mercado, os preços caíram e muitos investidores perderam grandes fortunas.
2. Os desfiles de Papai Noel antecederam a Black Friday
Mas o evento, na verdade, foi inspirado nos vizinhos do norte. A loja de departamentos canadense Eaton's realizou o primeiro desfile do Papai Noel em 2 de dezembro de 1905. Quando o Papai Noel aparecia ao final do desfile, era um sinal de que a temporada de festas havia começado – e, por sua vez, a corrida às compras. É claro que os consumidores eram incentivados a fazer compras na Eaton's.
Lojas de departamento, como a Macy's, inspiraram-se no desfile e passaram a patrocinar eventos semelhantes ao redor dos EUA.
Em 1924, por exemplo, Nova York viu pela primeira vez um desfile da Macy's com animais do zoológico do Central Park, totalmente organizado por funcionários da própria loja.
3. A data do Dia de Ação de Graças foi determinada pelas vendas
Mas em 1939, algo atípico aconteceu – a última quinta-feira foi coincidentemente o último dia de novembro. Lojistas preocupados com o curto período de compras para as festividades do final de ano enviaram uma petição a Franklin Roosevelt (1882-1945) para declarar o início das festas uma semana mais cedo – o que foi autorizado pelo então presidente.
Pelos próximos três anos, o Dia de Ação de Graças foi apelidado de "Franksgiving" (uma mistura de Franklin com "Thanksgiving", como a data festiva é chamada em inglês) e celebrado em dias diferentes ─ e em diferentes partes do país.
Finalmente, no final de 1941, uma resolução conjunta do Congresso solucionou o problema. Dali em diante, o Dia de Ação de Graças seria comemorado na quarta quinta-feira de novembro, garantindo uma semana extra de compras até o Natal.
4. A síndrome da sexta-feira após o Dia de Ação de Graças
Em 1951, uma circular chamou atenção para a incidência de profissionais doentes naquele dia.
"A síndrome da sexta-feira após o Dia de Ação de Graças é uma doença cujos efeitos adversos só são superados pelos da peste bubônica. Pelo menos é assim que se sentem aqueles que têm de trabalhar quando chega a Black Friday. A loja ou estabelecimento pode ficar meio vazio e todo ausente estava doente – e pode provar", dizia a circular.
5. Black ou Big Friday?
Esse termo ganhou popularidade pela primeira vez na Filadélfia. Policiais frustrados pelo trânsito causado pelos consumidores naquele dia começaram a se referir dessa forma à Black Friday.
Os lojistas evidentemente não gostaram de ser associados ao tráfego e à poluição. Eles, então, decidiram repaginar o termo "Big Friday" ("A Grande Sexta", em tradução literal), segundo um jornal local de 1961.
6. Com o tempo, Black Friday passou a significar 'voltar ao azul'
Os lojistas conseguiram dar uma interpretação positiva ao termo ao dizer que ele se referia ao momento em que os estabelecimentos retornavam ao azul, ou seja, voltavam a ter lucro. No entanto, não há provas de que isso tenha realmente acontecido.É verdade, por outro lado, que o período de festas corresponde à maior parte dos gastos de consumo do ano.
No ano passado, estima-se que os consumidores tenham gastado mais de US$ 59 bilhões na Black Friday, segundo a federação nacional do varejo dos EUA (National Retail Federation, ou NRF, na sigla em inglês). Mas quanto dessas receitas realmente se torna lucro não está claro, dado que os lojistas costumam trabalham com margens mais apertadas, oferecendo grandes descontos.
7. A Black Friday não se tornou referência nacional até a década de 1990
"O termo só se espalhou a partir de meados dos anos 90."
8. Ela só se tornou o maior dia de compras do ano em 2001
Embora
a Black Friday seja considerada o maior dia de compras do ano, a data
não ganhou essa designação consistentemente até os anos 2000.Isso porque, por muitos anos, a regra não era que os americanos adoravam uma liquidação, mas sim que adoravam procrastinar. Ou seja, até tal ponto, era no sábado – e não na sexta-feira – que as carteiras ficavam mais vazias.
9. Data gerou 'inveja' e ganhou o mundo
No México, a Black Friday ganhou novo nome – 'El Buen Fin', ou "Bom fim de semana". A comemoração é associada ao aniversário da revolução de 1910 no México, que às vezes cai na mesma data que o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Como o próprio nome sugere, o evento dura o fim de semana inteiro.
No Brasil, onde o feriado de Ação de Graças não existe, a data passou a ser incluída no calendário comercial do país quando lojistas perceberam o potencial de vendas do dia.
10. A Black Friday corre risco de extinção?
Mas não se preocupe – os lojistas também já inventaram um nome para batizar o dia adicional de compras: "Quinta-feira Cinza".
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