Cozinhar e comer podem ser caminhos de crescimento espiritual


Aquilo que comemos e o modo como comemos e preparamos nossos alimentos afeta a natureza das células e o funcionamento dos nossos órgãos. Cozinhar e comer podem ser poderosas formas de meditação

Luis Pellegrini, Oásis / Brasil 247

Adoro comer, não vou negar. Considero a gastronomia uma arte nobre, e creio que o simples fato de podermos todos os dias desfrutar do prazer da comida é uma prova da bondade de Deus. Que fazer, se sou como os peixes que se deixam fisgar pela boca? Um amigo pouco respeitoso chegou até a sugerir que provavelmente nunca saí da fase oral, mas não dei a mínima. Se ele é faquir e gosta de jejum, o problema é dele. Os quilinhos a mais que tenho de carregar? Paciência. Tudo na vida tem seu preço. E minha avó Anna, uma italiana sábia e gulosa, amante da polenta, dos queijos e dos bons vinhos, sempre me ensinou que "mais vale um gosto que dez vinténs no bolso". Sigo à risca o seu conselho. E que meu cardiologista não leia nada do que estou dizendo. Não quero que me passe mais um sabão.

Descobri cedo que comer é um prazer, além de atividade necessária à subsistência. Mas levei muito tempo para perceber que pode ser também uma forma de meditação, uma poderosa ioga capaz de nos integrar e harmonizar com o todo do qual fazemos parte. Entendi isso num dia luminoso, na Turquia, às margens do Bósforo, o estreito que interliga o Mar de Mármara e o Mar Negro e separa o continente europeu do asiático.’
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