"Derrubar"
o ponto de vista do outro
não é o objetivo
do bom argumentador
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Alessandra Oggioni , iG
A maioria das pessoas acredita que
argumentar é “vencer” o outro, colocando por terra suas ideias e opiniões. Mas
este é um grande engano.
Segundo o professor de linguística Antônio
Suárez Abreu, autor do livro “A Arte de Argumentar – Gerenciando Razão e
Emoção” (Ateliê Editorial, 2008), saber argumentar é, em primeiro lugar,
aprender a integrar-se ao universo do outro. “É preciso fazer com que o outro
tenha condições de ver o objeto da disputa de um ponto de vista diferente
daquele a que está acostumado e, ao final, tenha o desejo mudá-lo, concordando
com quem argumenta”, explica.
Portanto, em uma discussão, está
terminantemente proibido querer impor o seu ponto de vista a qualquer custo. Aquele
que logo de cara diz “eu não concordo com você” provavelmente não vai conseguir
convencer ninguém. Sendo assim, mostrar consideração pelo que o outro pensa ou
sente é o melhor caminho. “Quando nosso interlocutor acredita que pensamos de
maneira igual, fica mais fácil ele concordar com as teses que estamos
defendendo”, afirma Ana Lúcia Tinoco Cabral, pesquisadora da área de
linguística e autora do livro “A Força das Palavras – Dizer e Argumentar”
(Editora Contexto, 2010).
1. Não bata de frente
Em primeiro lugar, é importante aprender a ouvir, para detectar o que o outro pensa sobre um determinado assunto. “Ninguém consegue convencer o outro batendo de frente com seus valores ou modelos mentais. É sempre importante, antes de propor um argumento, conseguir abrir uma brecha nesses modelos”, ensina o professor Antônio Suárez Abreu.
2. Foque no que o outro tem a ganhar
Depois que você ouviu atentamente a exposição do outro, coloque o foco da sua fala no que o interlocutor tem a ganhar, e não naquilo que é objeto imediato do seu desejo. Foi assim que o analista de logística Rafael Dalecio Luiz conseguiu uma vaga em uma multinacional automobilística para a qual prestava serviço. “Eu era de uma empresa terceirizada e tinha sido transferido de São Paulo para Curitiba há um ano. Quando vi que havia vagas no cliente, percebi que era uma chance de voltar. Então, resolvi me oferecer ao cargo”, diz.
Mas quando procurou o responsável pelo
processo seletivo, Rafael embasou os argumentos naquilo que a companhia teria a
ganhar com a sua contratação, em vez de simplesmente dizer que gostaria de
retornar à cidade natal. “Mostrei que a empresa economizaria, pois não precisaria
arcar com custos de transferência, e também apresentei os resultados da minha
performance na área com números, que deixam a informação mais crível”, conta
ele, que conseguiu a vaga.”
Abobadário Completo, ::AQUI::
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