BBC Brasil
Grupos como Prepperology, Preppers World, American Preppers Network e vários outros reúnem centenas de milhares de pessoas no Facebook.
Em sites especializados, trocam dicas sobre preparativos que vão de compra de moedas de prata – que continuariam valiosas no caso de um colapso do dólar – ao uso de machados e equipamentos de sobrevivência.
Dos Estados Unidos, a tendência se espalhou para países como Grã-Bretanha, Alemanha, Colômbia, Argentina, Eslováquia e República Tcheca, entre outros.
No Brasil, a página "Preppers Brasil" conta com quase 450 seguidores.
O grupo se define como "pessoas que sabem que nossa sociedade está desmoronando e que precisam se preparar para manterem-se e manterem suas famílias, diante de um eventual e iminente colapso no sistema".
O "colapso do sistema" é um tema recorrente entre "preppers" e pode significar desde apagões prolongados até o desaparecimento de toda forma de autoridade.
Por isso, os "preppers" mais radicais incluem o armazenamento de armas e munição, além de comida, veículos, geradores e fontes de energia, nos seus preparativos.
Bunkers subterrâneos
Diante do crescente interesse pelo assunto, no ano passado foi criada nos Estados Unidos a feira anual PrepperCon, que segundo os organizadores promete "incentivar a preparação para desastres e sobrevivência fazendo o assunto ser divertido e demonstrando como a autossuficiência é relevante para todos."
A conferência deste ano apresentou opções de armazenamento de alimentos, armas para todos os gostos, veículos off-road e até bunkers subterrâneos de aço inoxidável.
A face mais "light" do encontro teve um concurso de fantasia de zumbis e contou com a presença da atriz Addy Miller, do seriado americano sobre mortos-vivos The Walking Dead.
Os organizadores dizem que 11,5 mil pessoas compraram ingressos para o evento deste ano.
A maioria dos "preppers" recomenda estocar alimentos e combustível, além de traçar planos para "bug out" ou dar o fora na hora certa.
Muitos mantêm até uma mochila pronta para qualquer eventualidade com tudo o que precisam.
Quem não se preocupa com isso é chamado de "zumbi" – metáfora para todos que, por falta de preparativos, na hora do desespero farão de tudo para sobreviver.
Mas para alguns "preppers", mortos-vivos que se alimentam de carne – ou cérebro humano – são uma ameaça real.
'Apocalipse zumbi'
No Facebook, a página da Kansas Anti Zombie Militia (Milícia Anti Zumbis do Kansas, em tradução literal) diz ser um grupo "dedicado à pesquisa e preparação para o apocalipse zumbi".
"Não somos loucos. Não somos paranoicos, acreditamos na preparação em qualquer situação", afirmam os administradores do grupo seguido por mais de 2,1 mil pessoas.
Nos casos mais extremos, os "doomsday preppers" – que aguardam um iminente apocalipse – se preparam para a autossuficiência total, uma sobrevivência independente da sociedade.
Para a maioria, no entanto, desastres naturais, ataques terroristas ou epidemias são ameaças mais concretas.
Talvez o que esteja por trás do medo que vem levando ao crescimento do movimento possa ser explicado pelos ataques de 11 de setembro de 2001, seguidos por catástrofes naturais como os furacões Katrina, que matou quase 2 mil pessoas, e Sandy.
A crise econômica de 2008 também é apontada como uma das causas da insegurança que se espalhou pelos Estados Unidos e pelo mundo.
Sejam as ameaças reais ou imaginárias, o número de pessoas que se considera "prepper" parecem estar crescendo – pelo menos na internet."
Um comentário:
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