Ouvir música gera conflito de gerações

Graças a doses cavalares de informação, a fila musical nos novos tempos não anda, ela voa

Lúcio Ribeiro, iG

Mais que uma mudança de hábito, o jeito de ouvir música hoje em dia na celebrada "era da internet" é um sério conflito de gerações. Lembro quando, anos atrás, o oba-oba em torno da então novíssima banda Arctic Monkeys era enlouquecedor para quem acompanhava novas ondas. Um tradicional jornalista de tradicional revista de música inglesa recebeu o disco da "novidade" semanas antes de seu lançamento, com a missão de resenhar o "fenômeno" nascedouro. E não via a hora de chegar em casa e impressionar a filha. Isso era final de 2005.

- Filha, veja o que eu tenho aqui. O primeiro CD daquela banda, Arctic Monkeys. Quer escutar? Ouvi ele inteiro hoje, me pareceu bom.
- Pai, já tenho esse disco no computador faz uns três meses. Nunca escutei ele inteiro. Só as músicas que interessam agora. Se o resto do álbum for realmente bom, uma hora eu acabo escutando as outras canções.

Corte para abril de 2010.

O editor de texto do computador está aberto, os sites de notícias estão à vista e as redes sociais todas em operação enquanto simultaneamente rola na janela ao lado “Escape Velocity”, nova música de trabalho com 12 minutos de duração do duo eletrônico inglês Chemical Brothers, carro-chefe do álbum Further, que chega às lojas em formato físico somente em 7 de junho. Tornou-se cada vez mais lugar-comum essa mecânica de lançar música de forma muito antecipada nos dias de hoje, graças à dinâmica do (novo) mercado.”
Abobadário Completo, ::Aqui::

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