Tim Burton transforma sonhos em coisas palpáveis em Alice no País das Maravilhas

Longa do cineasta, com Johnny Depp e Anne Hathaway, estreia no Brasil nesta sexta (23)

Luiz Pimentel, R7

Apesar de emprestar o nome, não é (adaptação de) Alice no País das Maravilhas, o livro de Lewis Carroll, de 1865. Ou de Alice Através do Espelho, a sequência de 1871. Tampouco acompanha a versão carne-e-osso-e-figurino-de-época da Alice da Disney, de 1951. Pois não é a Alice aos 7 anos. É a protagonista aos 20. E é como o diretor Tim Burton (Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas, Batman, Edward Mãos de Tesoura) enxerga o que seria o ingresso da menina à vida adulta.

Esses são os fatos, e é tudo o que você precisa saber para decidir se vale a pena ou não a ida ao cinema. Daqui até o penúltimo parágrafo você fica com a crítica, naturalmente subjetiva e interpretativa, e propositalmente dedo-dura dos tropeções do cineasta. Mas que fique claro que tentarei convencê-lo de que vale, sim, o dinheiro do ingresso.

Vale porque o passo adiante de uma história de sonho encharcado de surrealismo caiu nas mãos de um diretor exímio em colocar delírios nas telas de maneira quase palpável. Com Tim Burton, o Gato Risonho, o Coelho Branco, o Chapeleiro Maluco e os gêmeos Tweedle-Dee e Tweedle-Dum ficam quase ao alcance das mãos. Não pelo recurso 3D, que na hora e 44 minutos da película funcionam mais como pasta americana, daquelas que servem para dar enfeite apenas, do que como cereja ou chantili, tal qual em Avatar.
Foto: Reprodução
Abobadário Completo, ::Aqui::

Nenhum comentário: