Crescem nos EUA casos de cães que ingerem maconha

Folha de S. Paulo / Agências


“A liberação do uso medicinal da maconha em 17 Estados americanos está tendo um efeito colateral inusitado --veterinários em regiões como o Colorado, no oeste dos EUA, relatam aumento nos casos de cachorros que ingerem a erva de seus donos.

"Houve grande alta na ingestão de maconha por animais domésticos nos lugares em que ela foi legalizada", diz Debbie Van Pelt, veterinária baseada em Denver, capital e maior cidade do Colorado.

Dois anos atrás, reportagem do site local da rede ABC estimava que Denver tivesse 390 farmácias autorizadas a vender a droga, número superior ao de cafeterias da rede Starbucks (que eram 208).

Nem sempre é possível determinar se os cães engoliram a maconha acidentalmente ou foram alimentados com ela pelos donos, embora vídeos no YouTube com nomes como "my dog getting high" (em tradução livre, "meu cachorro chapado") apontem para a segunda hipótese.

Os veterinários, porém, advertem que as consequências podem ser graves. Segundo Van Pelt, "os cães perdem coordenação motora e mal se mantêm sobre as pernas".

O efeito da maconha nos cachorros, em geral, passa depois de 24 horas --mas outra veterinária, Stacy Meola, afirma que viu dois cães morrerem depois de comer bolos feitos com manteiga de maconha, vendida legalmente em farmácias nos Estados em que o consumo é autorizado.

Crescem nos EUA casos de cães que ingerem maconha
Em entrevista à rede CBS, Meola, que também trabalha no Colorado, disse que acompanhou em estudo, durante cinco anos, casos de cães que passaram mal depois da ingestão da droga --e esse total, diz ela, quadruplicou desde que o Estado liberou a maconha medicinal, em 2000.

"Maconha tem de ser tratada como qualquer outra droga. Se você chegar em casa com Vicodin [analgésico forte, que pode provocar dependência] receitado pelo seu médico, não vai deixar ao alcance do cão", afirmou ela.”
Ilustração: Alpino

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