Luis Pellegrini, Oásis / Brasil 247
Basta ir à seção de business de uma
livraria e verificar. Nas estantes há dezenas, centenas de livros que pretendem
ensinar como transformar dinheiro em mais dinheiro. Nenhuma surpresa. Já foi
dito que um jeito fácil de ficar rico é ensinar os outros a ficarem ricos. Cobrando
pelas lições, é claro. Nestes dias em que a adoração ao deus-diabo chamado
dinheiro atingiu proporções olímpicas, é natural que muitos autores se
consagrem sacerdotes da religião financeira e saiam por aí atrás de adeptos que
possam pagar por seus serviços.
Em geral, quem se entrega ao culto de uma
divindade – benévola ou maléfica – o faz pela simples volúpia da entrega, sem
questionar a verdadeira natureza da divindade à qual se sacrifica. Não é
diferente o caso do dinheiro. Muita gente o adora sem saber a que ou o que está
adorando.
O que é o dinheiro? Nada em si mesmo; ele
existe apenas como intermediário para se conseguir outras coisas. Para alguns,
ele simboliza trabalho, conquista de bens duráveis ou perecíveis, aquisição de
propriedades. Para outros, representa ouro ou prata acumulados nos cofres dos
bancos. Uma definição final de dinheiro nunca foi alcançada, pelo simples fato
de que, em si mesmo, ele nada significa.
Em nossa cultura, porém, o dinheiro é uma
força poderosa, capaz de determinar coisas fundamentais como a doença e a cura,
a fome e a saciedade, a tristeza e a alegria, a vida e a morte de muitos
indivíduos, e até os próprios rumos da civilização.
De um ponto de vista mais esotérico, é
consenso geral que o dinheiro é um símbolo de energia. Ele representa uma
energia que nos liga aos objetos de nossos desejos adquiríveis. Ele não é uma
coisa, e sim uma transação, uma transferência, uma troca.
Quando visualizamos o dinheiro desse modo,
começamos a mudar nossa atitude habitual em relação a ele. Não se pode, por
exemplo, possuir uma energia ou tratá-la como um objeto de nossa propriedade. Pode-se
cuidar da energia de modo apropriado, pode-se utilizá-la de forma útil e
conveniente, mas não se pode agarrá-la com as mãos nem trancá-la para sempre
numa caixa. Energia só é energia quando está em movimento, e não se pode
desfrutar dela a menos que se permita o seu fluxo.”
Abobadário Completo, ::AQUI::
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