Luis Pellegrini, Oásis / Brasil 247
Seres extraterrestres há décadas habitam as
telas do cinema e as páginas dos romances de ficção científica. O tema parece
não esgotar sua capacidade de excitar a imaginação de expectadores e leitores. Mas,
quando entramos no território objetivo da pesquisa científica, vê-se que
nenhuma descoberta concreta a respeito da vida fora do nosso planeta foi até
agora alcançada. Megaprojetos como o Seti (Search for Extraterrestrial
Intelligence) tentam, desde 1960, estabelecer contato com inteligências
alienígenas por meio de radiotelescópios gigantescos, como o de Arecibo, em Porto Rico, e outras
aparelhagens. No entanto, nenhum sinal desses seres distantes foi até agora
captado. A boa notícia é que, finalmente, cientistas decidiram focar suas lunetas
no outro lado da equação: uma série de projetos e missões de alta tecnologia
estão sendo desenhados não mais para ajudar os extraterrestres a nos encontrar,
e sim para nos ajudar a encontrá-los. Ou seja, saímos da postura passiva tipo
"por favor, olhem, estamos aqui" para uma postura mais ativa, tipo
"não adianta se esconderem, nós vamos descobrir onde vocês estão". Embora
ainda em seus primeiríssimos passos, as evidências circunstanciais desse novo
posicionamento sugerem fortemente a probabilidade de que não estamos sós no
universo.
Em 1995, astrônomos suíços detectaram a
posição do primeiro planeta extrassolar. Infelizmente, ele é uma
gigantesca bola de gás. Sua órbita, muito perto do seu sol, o faz brilhar com
calor e radiação suficientes para vaporizar em instantes qualquer homenzinho
verde que se aventurar nas proximidades. Mas a descoberta provou
definitivamente que planetas existiam fora do nosso aconchegante sistema solar.
Poucos anos depois, "super-Terras" começaram a se revelar – menores,
mais sólidas, a uma discreta distância das suas estrelas companheiras. Embora
ainda sejam muito maiores e menos temperados do que o nosso, tais planetas
levaram alguns astrônomos a estimar que talvez a metade dos cerca de 200
bilhões de sóis existentes na nossa galáxia, a Via Láctea, poderiam suportar
mundos "terrestres", parecidos com a Terra.
Descobrimos também que a água, ingrediente
essencial para a vida, existe em toda parte no universo – a começar pelo
próprio quintal do Sistema Solar. Robôs detectaram canalizações muito recentes
escavadas nas encostas de colinas de Marte – evidências de jorros de água
subterrânea. Em junho, astrônomos observaram gêiseres de vapor d'água em
Encélado, um dos satélites de Saturno. Até mesmo o apavorante Júpiter é
candidato – ou pelo menos suas luas Ganimedes, Calisto e Europa. Esta última
pode possuir oceanos maiores do que os nossos, escondidos sob sua crosta de
gelo perpétuo.”
Abobadário Completo, ::AQUI::
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