“Partindo do Adriano, dá para refletir
sobre os caminhos do esporte. Casos como o do Imperador têm várias faces que
sempre são analisadas em separado, nunca sincronizadas, ao mesmo tempo, como
elas ocorrem. Na visão geral, neste nosso momento, o jogador recebe e tem de
treinar, concentrar, jogar. Produzir futebol e pronto.
O cartola trata de arrumar jogos,
oportunidades de o time se apresentar, render com bilheteria e todas as fontes
que cercam os clubes, marcas de todos os tipos, avidamente, sem ética nem
estética. Os uniformes estão pavorosos. João Saldanha já prenunciara isso.
Própria dos nossos dias, essa visão fragmentada do mundo. Cada qual cuida do
seu, ”salve-se quem puder”.
O calendário é atropelado logo de saída. A
volta das férias engole os dias que se consegue alegando exames médicos, testes
físicos etc. Interrompem a programação da chamada pré-temporada, supostamente
feita para preparar um lastro, e começam os jogos “amistosos”. Quando um time
perde duas ou três partidas, passa um período numa cidade afastada, tirando
ainda mais o pouco convívio que as pessoas têm com seus mais próximos. E assim
por diante.
Ao jogador cabe arranjar, a seu modo, como
exercer sua vida com todas as urgências da sua mocidade, sendo atleta,
saudável, com dinheiro no bolso e cercado dos apelos que a comunicação
estimula, coerente com tudo. Admiráveis, e talvez temíveis, a coragem e a
tranquilidade com que o Adriano sempre se colocou nos momentos de ser cobrado. Delicado
até. Um conflito permanente ou talvez uma firmeza impressionante a maneira como
se situa, em meio a tamanhas tentações, reafirmando sua condição social de
origem.”
Artigo Completo, ::AQUI::
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