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Turkish Airlines decidiu proibir que suas funcionárias
usem
batom vermelho ROLF VENNENBERND / AFP
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“A Turkish Airlines, a quarta maior em número de passageiros na Europa, argumenta que o banimento é para manter os funcionários com um aspecto natural. Em comunicado, ela afirma que “os uniformes não incluem as cores vermelho, rosa escuro, etc, e, por isso, o uso de batom e esmalte nessas cores compromete a integridade visual da tripulação”.
As novas regras surgem após a mesma companhia ter restringido outras
normas sobre aparência dos funcionários e a venda de álcool no serviço de
bordo. Críticos afirmam que as mudanças podem ter sido requeridas pelo governo
conservador, que estaria defendendo valores islâmicos dentro da empresa, uma
das mais reconhecidas fora do país.
- Essas novas normas são parte do desejo da gerência da Turkish
Airlines de moldar a companhia aos seus padrões políticos e ideológicos. -
disse Atilay Aycin, presidente do sindicado Hava-Is, de trabalhadores do setor
aéreo. - Não podemos negar que a Turquia se tornou um país mais religioso e
conservador.
Cerca de 99% da população da Turquia é de muçulmanos, mas o Estado -
importante aliado da União Europeia e da Otan - tem uma constituição secular. O
primeiro-ministro, Tayyip Erdogan, líder do partido governista AK, flexibilizou
algumas leis sobre a restrição da expressão religiosa, incluindo o fim dos
limites do uso do véu.
Defensores do fim da norma afirmam que a legislação impedia que
mulheres mais devotas pudessem frequentar universidades ou ocupar cargos no
governo. A própria Turkish Airlines acabou com seu banimento interno ao véu há
mais de um ano.
Mudanças conservadoras
No início do ano, a Turkish Airlines
anunciou novos uniformes em estilo otomano e com vestidos até os tornozelos,
ideia que não foi bem recebida pelas funcionárias e mais tarde abandonada pela
gerência. A proposta foi seguida de um banimento na venda de álcool para a
maior parte dos voos domésticos e destinos para países islâmicos.
- Eles estão proibindo o batom e o esmalte
que usamos por anos - protestou Asli Gokmen, uma comissária que perdeu o
emprego ano passado, após ter participado de um protesto sindical.”
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