Fórmula da
juventude? O estudo indica a possibilidade de atrasar o relógio do
envelhecimento em 20%. Foto: Photo12/ AFP
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“Pesquisadores americanos descobrem
conjunto de neurônios que pode afetar a taxa de envelhecimento. Por Riad Younes
Não
cansamos de ouvir dizer que a idade está na cabeça das pessoas, e não em suas
carteiras de identidade. Um estudo recentemente publicado na prestigiosa
revista científica Nature tenta provar que esse ditado é mais do que
verdadeiro. Podem ter identificado o centro de controle do envelhecimento.
Pesquisadores da faculdade de medicina Albert
Einstein, em Nova York,
conseguiram manipular a velocidade de envelhecimento de camundongos, em
experiências laboratoriais bem controladas. Descobriram que, em uma região
minúscula no cérebro dos animais, chamada hipotálamo, existem conjuntos de
neurônios que podem afetar a taxa de envelhecimento. Presente nesses neurônios,
encontraram uma molécula que parece ter, entre outras funções, o controle dos
processos de envelhecimento do corpo.
Essa proteína é velha conhecida dos cientistas. Era
fortemente correlacionada com inflamações no corpo, e uma resposta a lesões
externas. A dica veio exatamente daí. As pessoas, à medida que envelhecem,
normalmente apresentam um aumento progressivo no número e na intensidade de
processos inflamatórios em diferentes órgãos. Já se tentou utilizar produtos
que combatem a inflamação e a lesão de células e tecidos decorrentes desse
fenômeno, sem grande sucesso.
Exemplos clássicos são os chamados antioxidantes. Podem
ajudar, mas seu impacto é geralmente imperceptível. Nesse estudo, por outro
lado, os cientistas foram diretamente à fonte dessas alterações inflamatórias,
a molécula cerebral presente no hipotálamo, chamada NF-kB. Manipularam as
concentrações da NF-kB de duas formas. Em um estudo, conseguiram reduzir o
ritmo do envelhecimento dos camundongos de forma significativa e aumentar sua
expectativa de vida em 20%.
Por outro lado, manipulando a NF-KB no
hipotálamo dos animais de forma contrária, observaram uma aceleração da
degeneração cardiovascular, neurológica e cognitiva. A força muscular decaiu
progressivamente, a pele ficou mais fina e sua capacidade de adquirir novos
aprendizados ficou significativamente reduzida. Em outras palavras, os
camundongos ficaram rapidamente mais velhos. Os neurocientistas dedicados ao
estudo do hipotálamo ficaram muito entusiasmados com esses resultados. Apesar
de serem estudos experimentais em camundongos, e a maioria absoluta dos humanos
não é rato nem camundongo, a perspectiva que se abre na pesquisa e na
identificação de modos de influenciar o funcionamento da NF-kB nas pessoas,
quer seja por medicamentos, quer seja por outras vias, é infinita.
Não é o caminho da eternidade, mas atrasar
o relógio do envelhecimento, nem que seja por meros 20%, parece bastante
promissor. E interessante.”
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