Cada vez mais cachorros consomem maconha nos EUA


Veterinários tratam cada vez mais cães intoxicados com maconha / Thinkstock/Getty Images

Número de visitas ao veterinário de cães que ingeriram erva do dono aumentou na Califórnia e no Colorado


Veterinários em Estados onde o uso medicinal da maconha é permitido – como Colorado e Califórnia – dizem que estão tratando cada vez mais cães com intoxicação por maconha.

Os especialistas explicam que os animais acabam ingerindo de forma acidental alimentos como biscoitos que contém maconha. Alguns cães acabam comendo diretamente a planta, que é guardada pelos seus donos.

A intoxicação é tratável na maioria dos casos. Os sintomas são falta de coordenação, pupilas dilatadas, vômitos, cansaço, incontingência urinária, mudança no ritmo cardíaco e tremores.

Um estudo divulgado na publicação científica americana Veterinary Emergency and Critical Care concluiu que, entre 2005 e 2010, os casos de cães que precisaram ser tratados no Colorado por ingestão de maconha quadruplicaram.

Uma das autoras do estudo, Elisa Mazzaferro, disse à BBC que o número de intoxicações registradas no Estado cresceu exponencialmente desde a legalização da maconha para uso medicinal.

"Antes, na área de Denver, nós tratávamos anualmente algo como quatro ou cinco cães. Nos últimos anos, os casos aumentaram à medida que eram abertos mais ambulatórios (com maconha medicinal)", disse a especialista.

"Para nos certificarmos de que não se tratava apenas de um fenômeno local, recolhemos informações de diversas partes do Estado e os dados mostraram um aumento significativo no número de cães intoxicados", disse.

Mudança de comportamento

Mazzaferro e seus colegas examinaram os casos de 125 cães que foram tratados em centros veterinários. Dois animais acabaram falecendo devido à intoxicação.

Para Ahna Brutlag, que trabalha para a empresa de serviços de emergência para animais Pet Poison Helpline, o fenômeno não acontece apenas no Colorado.

Ela diz que, nos últimos cinco anos, foi registrado um incremento de 200% no número de consultas sobre animais que ingeriram maconha.

Para Brutlag, isso ocorre tanto pelo aumento dos casos, como também por uma mudança de comportamento das pessoas em relação à maconha.

"Um fator-chave foi a legalização da maconha medicinal. Mas o estigma ao redor da planta também está desaparecendo, e os donos dos cães já não têm tanta vergonha de registrar os casos."

Ela recomenda que donos de cães intoxicados deixem o animal em um lugar pouco iluminado, até que passem os efeitos. Os sintomas começam a surgir entre 30 e 60 minutos após a ingestão. Casos mais graves precisam de acompanhamento de um veterinário."

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