“Há 15 anos em solo chinês, a megastore
sueca Ikea parece ter finalmente conquistado os consumidores chineses. Com uma
dúzia de lojas espalhadas pelo país, qualquer uma delas pode ser vista, em
qualquer dia da semana, repleta de visitantes. Mas uma boa parte desse
contingente está lá simplesmente para descansar ou até mesmo para dormir.
Fernanda Morena, BBC Brasil
"O showroom da empresa é um modelo bem
adaptado ao estilo de consumo dos chineses, então eles se sentem confortáveis
lá, seguros. E ainda podem descansar durante o dia ou fugir da poluição e do
calor, ou do frio", explica Tara Hirebet, chefe para o mercado asiático da
consultoria de tendências TradeWatching.
O que na China é levado a sério pelos clientes. Não é raro ver gente sentada conversando ao redor de mesas por muito tempo e até dormindo em camas e sofás.
Cultura
O mesmo ocorre nas lojas da Ikea. "Muitos jovens encontram seus amigos lá para um café ou almoço. E depois passeiam pela loja, viajam na ideia da vida no exterior", diz Hirebet.
A mistura de entretenimento com consumo é essencial para os chineses. Tara Hirebet conta que foram feitas parcerias entre lojas de eletrodomésticos e marcas de café para apresentar a bebida aos consumidores chineses. "Eles não têm costume de tomar café, mas sentam em uma poltrona para ver televisão na loja e recebem uma xícara e passam a experimentar aquele estilo de vida."
Para Zhou, funcionário da Ikea, o uso dos móveis no mostruário como recreação complica o trabalho, mas não há o que fazer. "Quando tem mais movimento eu peço às pessoas para se retirarem. Quando eles saem, arrumo as camas novamente para quem realmente está aqui para comprar."
Conforto
Consultora de
tendências diz que chineses
se sentem seguros
na IKEA
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Visitantes se espalham pelo showroom; uns
assistem televisão em um apartamento montado no mostruário. Outros deitam nas
camas e conversam. Crianças e seus avós brincam pelos corredores, e muitas
famílias sentam para tomar chá, trazido de casa, depois da refeição.
Segundo Hirebet, o sucesso do modelo da
firma sueca está ligado ao fato de eles terem entendido os consumidores
chineses e tê-los aceitado. "Eles superaram o medo de mexer nos preços e
se tornaram parte da sociedade. Os chineses podem experimentar os produtos,
viver aquilo, e o estilo de vida se torna uma inspiração."
Yang Feifei e sua amiga estão sentadas em
uma cama checando seus telefones e redes sociais. Ela tira uma foto da dupla.
"Viemos jantar e agora estamos descansando", diz. "Eu tirei uma
foto para colocar na internet, para meus amigos verem, porque eu achei o
apartamento muito bonito."
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