Os últimos caçadores de cabeças da Índia





Trata-se do maior grupo étnico que habita o Estado de Nagaland, no nordeste indiano.

Os konyaks eram guerreiros brutais que lutavam com outras tribos para conquistar terras e demonstrar sua força. Durante muitos séculos, eles foram vorazes caçadores de cabeças: matar um inimigo e decapitá-lo era considerado um rito de passagem para meninos.

Aqueles que conseguissem eram premiados com uma tatuagem no rosto.

As aldeias konyak estão sempre localizadas no topo de morros. Era a estratégia dos ancestrais para monitorar e identificar possíveis ataques inimigos. Conheça um pouco mais sobre essa tribo nas fotos abaixo (todas as fotos: Neelima Vallangi/BBC).



A última geração





A prática de cortar a cabeça de tribos inimigas foi proibida em 1940, mas o último caso de decapitação em Nagaland foi registrado em 1969. Por isso, homens mais velhos, como Pangshong (foto), pertencem à última geração que exibe essas chamativas tatuagens.

Crânios de batalhas passadas


Ossos de búfalos, veados, javalis e aves decoram as paredes de todas as cabanas konyak. São prêmios colhidos em caçadas há várias gerações. Nos tempos de decapitação, os crânios dos inimigos capturados também eram exibidos em um lugar de destaque. Quando a prática foi abolida, as cabeças foram retiradas das vilas e enterradas.

Aposentos espaçosos









As cabanas konyak são feitas primordialmente de bambu. São espaçosas e têm várias divisórias, formando amplas salas onde seus moradores cozinham, comem, dormem e guardam seus pertences. Carnes e legumes são mantidos acima da lareira, no centro da casa. O arroz, base da alimentação da tribo, é normalmente armazenado em enormes recipientes de bambu no quintal. Nesta foto, uma mulher konyak amassa o arroz com um toco de madeira, preparando-o para um prato tradicional.

Uma tribo, dois países







Longwa foi fundada muito antes do estabelecimento das fronteiras entre a Índia e Mianmar, em 1970. Sem saber como dividir a comunidade entre os dois países, as autoridades decidiram que a fronteira deveria atravessar o vilarejo e deixar que a vida seguisse normalmente para a tribo konyak. Hoje, Longwa está com um pé em cada país, com um lado da fronteira exibindo mensagens em hindi e outro em birmanês.

Casa multinacional








 A fronteira também passa por dentro da casa do chefe da comunidade, dando margem a piadas de que ele faz suas refeições na Índia e dorme em Mianmar.

Reuniões familiares






Os konyaks ainda são regidos por chefes vitalícios, substituídos por seus descendentes. Conhecidos localmente como angh, esses líderes podem comandar um ou vários vilarejos. A prática da poligamia é autorizada entre os anghs. O de Longwa tem dezenas de filhos com várias esposas.

Troca de crenças






Os konyaks eram animistas e adoravam os elementos da natureza até a chegada dos primeiros missionários cristãos, no fim do século 19. Cerca de cem anos depois, no fim do século 20, mais de 90% dos habitantes de Nagaland se declaravam cristãos. Hoje, a maioria das cidades e vilarejos do Estado tem pelo menos uma igreja. Em Longwa, a igreja fica em uma vasta campina sobre o morro, bem abaixo da casa do cacique.

Tradições semanais






Mulheres usando tradicionais saias naga saem da igreja depois da missa de domingo.

Uma cultura em extinção






Um grupo de homens konyak se reúne em volta da lareira da cozinha, mastigando nozes de bétele, assando milho e relaxando. Com a invasão do cristianismo, muitos hábitos tradicionais da tribo praticamente desapareceram. Um deles é o treinamento de meninos para serem guerreiros e os ensinamentos sobre a crença da comunidade na construção de espaços comunitários dedicados às práticas de guerra, chamados morungs.

Troféus decorativos






O costume de usar bijuterias de contas coloridas também está em declínio. No passado, tanto os homens quanto as mulheres exibiam colares e pulseiras elaborados com detalhes. Os homens também portavam um pingente de bronze na forma de rosto humano para mostrar quantas cabeças de inimigo eles tinham cortado.

Ventos novos









 Protegida da invasão em massa da civilização moderna, Longwa ainda exibe uma série de pitorescas casas de madeira com teto de palha. Mas uma ou outra construção de concreto e zinco sinalizam que os ventos da mudança estão começando a soprar neste canto tão rústico do mundo. Ainda não se sabe, no entanto, no que vai dar este casamento entre o passado e o presente."


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