Ilusão de ótica: o que há de errado com esta foto?

Observe com atenção a foto acima. Consegue ver algo fora do normal?



Aproxime o olhar das duas montanhas mais distantes e seus olhos poderão aplicar um truque: os picos parecem ser transparentes.

A imagem foi fotografada pelo cientista Thomas Carlson, especialista em ótica, durante uma visita aos Himalaias. Ele ficou tão impressionado com o efeito que fez uma pesquisa e publicou um artigo sobre o fenômeno para a revista científica i-Perception, junto com a colega Susan Wardle.

“Era o fim de um longo dia de caminhadas e eu estava exausto. Estava indo para o meu quarto quando vi as montanhas”, lembra Carlson. “Era uma paisagem incrível. Mas percebi que o que chamou minha atenção foi a impossibilidade de estar enxergando uma montanha transparente.”

'Boa continuidade'

Ao voltar ao laboratório na Universidade Macquarie, em Sydney, na Austrália, ele mostrou a foto para Wardle. “O mais incrível para mim, além da beleza da foto, é como a ilusão combina vários princípios de percepção visual ao mesmo tempo”, conta ela.

A estranha paisagem pode ser parcialmente explicada pela maneira como a atmosfera dispersa a luz, o que faz as montanhas mais distantes parecerem muito mais pálidas – quase da mesma cor que o céu.

A ilusão é reforçada pelo fato de os dois picos mais distantes darem a impressão de estarem sobrepostos, produzindo uma área mais escura logo abaixo, da mesma maneira que duas lâminas de vidro coloridas parecem mais escuras quando colocadas uma sobre a outra.

A mancha mais escura é, na realidade, um outro pico. Mas o cérebro é levado a conectar as linhas que percorrem o caminho mais simples – o princípio da “boa continuidade” -, o que nos leva a formar a ilusão de que estamos enxergando através de duas montanhas de vidro sobrepostas.


O princípio da boa continuidade também explica por que vemos dois grandes triângulos sobrepostos nesta imagem clássica da ilusão de ótica - em vez de um monte de formas e linhas.

“As montanhas na foto de Carlson são um ótimo exemplo das conclusões de percepção que nosso cérebro faz todos os dias”, afirma Wardle. “É raro poder capturar um exemplo tão bom na vida real, pois ele depende da luz e do ângulo da câmera. Carlson teve muita sorte.”

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