Mulheres na Igreja da Inglaterra querem se referir a Deus como “Ela”

Bispa Libby Lane na catedral de Chester | Foto: Heathcliff O'Malley / The Telegraph
Por que os homens devem ter mais qualidades divinas atribuídas a eles do que as mulheres, quando todos nós sabemos que é o oposto? A Bíblia nos diz: “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gênesis 1:27).
 
Do The Telegraph

Uma vez que Deus é um ser espiritual, a pergunta se é Ele é homem ou mulher é certamente redundante. Um grupo de mulheres na Igreja da Inglaterra querem se referir a Deus como “Ela” e abandonar o uso da linguagem e imagens para descrever Deus como exclusivamente masculino na liturgia. Por que os homens devem ter mais qualidades divinas do que as mulheres, quando todos nós sabemos que é o oposto?

Se Deus é um ser todo-poderoso, capaz de dar a vida, estar em toda parte ao mesmo tempo é infalível. É claro que ele é uma mulher.


O apoio para se referir Deus como “Ela” e reescrever a sua liturgia oficial, está crescendo dentro da Igreja da Inglaterra após a seleção das primeiras mulheres bispas.

Um número crescente de sacerdotes já inserem, informalmente, as referências "Ela" e "Mãe" em textos tradicionais, como parte do movimento para tornar a linguagem no culto mais inclusiva.


Bispa Libby chega para o serviço de consagração na Igreja de York  | Foto: PA / Lynne Cameron

As chamadas para uma revisão completa da liturgia para reconhecer o estatuto de igualdade das mulheres já foram discutidas informalmente, a nível superior.

A mudança vem ocorrendo após o "Transformations Steering Group", um órgão que se reúne no Lambeth Palace para examinar o impacto das mulheres no ministério na Igreja da Inglaterra, ter feito um apelo público aos bispos para incentivar "uma inguagem e imagem expansiva l sobre Deus".

Hilary Cotton, presidente do Women And The Church (Watch), o grupo que liderou a campanha para a consagração das bispas, disse que a mudança da linguagem patriarcal tradicional  no Book of Common Prayer encontra-se em "estágio avançado" em alguns setores.

"A realidade é que, em muitas igrejas do país, estão usando algo mais do que a linguagem masculina padrão a respeito de Deus", disse ela.  "O clero, tranquilamente, já está falando de Deus apenas como "Ela" de vez em quando."

Bispa Libby Lane na catedral de Chester | Foto: Heathcliff O'Malley / The Telegraph
Hilary Cotton disse que, enquanto as congregações experimentam as novas terminologias, a questão será considerada pela Comissão Litúrgica, o organismo que elabora os cadernos de serviços oficiais e estabelece o planejamento do novo catecismo.

"Há uma linha fina ao longo da história, mas com a seleção de bispas torna-se particularmente óbvio que continuar a referir-se a Deus como puramente masculino é apenas inútil para muitas pessoas agora."

"Enquanto não mudar consideravelmente no sentido de uma expressão mais plena de gênero em nossa adoração a respeito de Deus, estamos falhando com Deus e estamos faltando com alguma coisa", disse Hilary Cotton.


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