Lecticia Cavalcanti, Terra Magazine
“Cada lugar tem seu jeito próprio de celebrar casamentos. Só não mudam os bolos em volta dos quais a festa se dá. Foi sempre assim. Os primeiros tinham, quase sempre, a forma de pássaros. E eram flambados na cerimônia para afastar os espíritos ruins. O noivo comia parte de uma fatia, esmagando o resto na cabeça da noiva - simbolizando o romper do hímen e, sinal daqueles tempos, o domínio do homem sobre a mulher. As migalhas eram disputadas pelos convidados, segundo se acreditava para dar sorte.
Na Idade Média, vingou o costume de empilhar os vários pequenos bolos trazidos pelos convidados; e surgia assim, meio por acaso, o bolo em andares - oficializado pela primeira vez, em 1553, no casamento da florentina Catarina de Médici com o futuro rei Henrique II da França. Nos fim do séc. XIX, quanto maior e mais detalhes tivesse o bolo, e mais importante seria a festa. Chegavam a ter 200 kg, e mais de dois metros de altura.
Passa o tempo e esse bolo mantém nobreza e simbolismo. Há, nele, todo o mistério que marca o próprio ato de duas pessoas unirem seus destinos, em ritual parecido por toda parte. A primeira fatia deve ser cortada pelos noivos, de mãos juntas e já com alianças - representando, por sua forma redonda, a própria eternidade, ausência de começo ou fim.
São usadas no dedo anular da mão esquerda desde os egípcios - que acreditavam correr, nesse dedo, uma veia em direção ao coração. Têm todos a cor branca, na cobertura, simbolizando pureza e virgindade. Como são brancos hoje, os vestidos de noiva, imitando a cor dos bolos - por conta da rainha Vitória, que vestiu um de cetim debruado com as mesmas flores de laranjeiras que decoravam seu bolo.”
Abobadário Completo, ::Aqui::
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