Natália Garcia, iG
Quando cheguei ao templo da Monja Coen, na zona oeste de São Paulo, fui recebida por sua assistente, que me mostrou a sala de meditação. Sentada no tatame, tentei revisar as minhas anotações antes que a entrevista começasse, mas um latido forte de cachorro roubou minha concentração. Ele estava preso atrás de uma grade, e eu podia ver os primeiros degraus de uma escada – foi por ela que Coen desceu para me receber. “Mas com esses latidos como é que a gente vai conseguir gravar a entrevista?”, disse ela, sorrindo. A monja me perguntou se eu tinha medo de cachorro, eu disse que não. Soltou Godolfredo, um labrador de quatro anos, para ver se ele corria para fora e se acalmava. Mas o bicho nos surpreendeu: correu sim, mas em minha direção, e mordeu o meu rosto.
Entrevista? Que nada. O sangue que escorria foi lavado rapidamente no banheiro. Ela me colocou em seu carro e fomos direto para o hospital mais próximo, no qual passamos algumas horas juntas. E foi nesse contexto tenso, capaz de tirar qualquer dona de um cão agressor do sério, que a atitude zen dessa mulher se destacou. Na prática, a monja atesta sua teoria.”
Foto: Arquivo pessoal
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