Infidelidade na internet

Como as redes sociais, os serviços de trocas de mensagens e os sites especializados estão sendo usados pelos brasileiros em busca de casos extraconjugais

Rachel Costa e Flávio Costa, ISTOÉ

Conheça, em vídeo, duas histórias de mulheres infiéis. A primeira é casada e usa um site de infidelidade para trair o marido. E nossa segunda personagem diz ter sido infiel ao usar uma webcam com outro homem.

No canto esquerdo da página do Facebook, uma foto que em nada lembra seu rosto, acompanhada de um nome que também não corresponde ao de sua identidade. No espaço reservado aos amigos, apenas um perfil feminino – tão falso quanto o dele. Ali, protegidos do mundo real, J. e M., 39 anos, criaram um ambiente reservado onde podem conversar, trocar intimidades e marcar encontros. Tanta discrição tem sua razão: ambos são casados e traem seus cônjuges. Namorados na adolescência, o casal se reencontrou após 20 anos de absoluto distanciamento. O cenário da reaproximação foi o próprio Facebook, mas, na ocasião, os dois usavam seus perfis verdadeiros. Quem deu o primeiro passo foi J., que, frustrado em seu relacionamento, utilizava a rede para dar umas escapadas. “Me encontrei com umas três mulheres pelo Facebook até reencontrar M.”, diz. Há seis meses a reaproximação virtual se transformou em saídas no mundo real, com direito a planos de separação dos atuais parceiros e projetos de casamento em breve. Sem medos, afinal, J. acredita que M. não voltará ao computador em busca de outro caso. “Acho que nós temos maturidade suficiente para não repetir os erros que nos levaram a essa situação”, diz.

J. e M. são personagens dessa nova trama em que a rede serve de pano de fundo para repaginar velhos comportamentos. Afinal, histórias de infidelidade sempre permearam os relacionamentos amorosos. O que muda são as ferramentas para que isso ocorra, cada vez mais abundantes e sofisticadas graças à internet. O mundo virtual tem se mostrado tão bom parceiro aos infiéis que muita gente, como a americana Katherine Hertlein, autora do “Manual para o Tratamento Clínico da Infidelidade” já considera essa a era da cybertraição. “Quanto mais as tecnologias de comunicação se desenvolvem, mais a internet é usada para a traição”, disse à ISTOÉ. Se o advento da telefonia móvel criou um canal direto entre os amantes, evitando os constrangimentos anteriores de ter de ligar para o telefone de casa ou do trabalho para marcar os encontros extraconjugais, a internet dá um passo além. Serviços de troca de mensagem, como MSN, Skype e Gtalk ajudam o contato. Redes sociais, como o Facebook, permitem garimpar antigos e novos conhecidos. E ainda há os sites especializados. “As redes sociais mudaram drasticamente o modo como nos conectamos com as pessoas”, disse à ISTOÉ a pesquisadora Millie Darvell, da Escola de Psicologia da Universidade de Queensland, na Austrália. “Ferramentas como o Facebook aumentam as oportunidades para conhecer e saber mais sobre os outros, o que pode ajudar na hora da traição.”
Abobadário Completo, ::Aqui::

Um comentário:

Anônimo disse...

FONTE ISTOÉ