O bullying no centro do debate


"ONG da cantora Lady Gaga e tocante documentário expõem violência juvenil.

Eduardo Graça, CartaCapital

“Uma das cenas mais impressionantes de “Bully”, o documentário assumidamente militante de Lee Hirsch em cartaz nos EUA, se dá na sala da casa de Alex Libby, 12 anos, na fronteira dos estados de Iowa e Nebraska, no coração da América Profunda. Os pais do menino, uma criança tímida, que usa óculos fundo de garrafa e carrega marcas físicas do nascimento prematuro, vêem pela primeira vez o que o público das salas de cinema constataram, horrorizados, minutos atrás: os ataques, verbais e físicos, por que Alex passa diariamente ao tomar o ônibus escolar. Ao choque dos pais segue-se a reação doída do menino: “Mas o que eu posso fazer? Eles são os únicos amigos que tenho”, diz. A sequência segue com a visita dos pais ao colégio local, onde são recebidos pela diretora, interessada em minimizar as seguidas agressões. Seu discurso, centrado na premissa de que “meninos serão sempre meninos”, serve de contraponto ao cerne do filme de Hirsch: o que antes era visto como fato inevitável no processo de amadurecimento do indivíduo é cada vez mais percebido como um problema social ou mesmo caso de saúde pública, e não apenas nos EUA.

Especialista em infância e adolescência, o psiquiatra brasileiro Gustavo Teixeira, professor da Universidade Estadual de Bridgewater, no Massachusetts, e com consultório no Rio de Janeiro, acaba de lançar “Manual Antibullying – Para alunos, pais e adolescentes” (Editora Best-Seller), em que discute estratégias para pais e educadores detectarem e ajudarem na prevenção do bullying. “É importante definir bem o que é o bullying escolar, para combatê-lo de forma ideal. Ele se dá quando há uma relação de poder desigual entre dois indivíduos e pela frequência com que a criança ou o adolescente sofre atos de violência física ou moral “, diz, em entrevista à Carta Capital. Teixeira constata a explosão de um ‘processo de conscientização’, tanto nos EUA quanto no Brasil, referente às dimensões do problema. “Crianças que sofrem bullying têm mais problemas de aprendizado. O investimento em uma estrutura de apoio tanto na escola quanto em casa é fundamental e faz sentido também do ponto de vista econômico”, defende.”
Foto: Divulgação
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